O Ilê encanta quando passa
Ilê na Liberdade
Foto divulgação
Nádya Argôlo
A música é mesmo para rimar. “Ilê Aiyê, o mais bonito de se vê”. Com seu habitual colorido, riqueza musical e força étnica, o Ilê Aiyê sai pelas ruas do bairro da Liberdade, centro de Salvador, e desfila majestoso no Carnaval baiano de 2012. A tradicional saída do primeiro bloco afro da Bahia, que comemora 38 anos de vida, foi neste sábado, 18 de fevereiro. Mas só passou no Campo Grande de madrugada.
Reconhecido como um dos principais agentes no resgate da auto-estima e elevação da consciência da população negra da Bahia, o “pérola negra”, como é conhecido o bloco, desfilou este ano com o tema “Negros do Sul. Lá Também Tem”. O tema resgata a importância dos afrodescendentes na formação política, econômica e cultural dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Na Liberdade esteve o vice-prefeito, o professor Edvaldo Brito e seu filho o deputado Antônio Brito, ambos negros e engajados há anos no bloco. Mais uma vez na história do Ilê, a cerimônia de saída do bloco afro foi comandada por Hildelice Benta dos Santos, em substituição a Mãe Hilda dos Santos, falecida em 2009. Filha biológica de Mãe Hilda, ela mantém todos os tradicionais ritos da saída fundamentados no Candomblé, baseados em cânticos, oferendas e soltura de pombas brancas.
Inicialmente, o Ilê desfilou pelas ruas do Curuzu/ Liberdade, bairro onde vive a maior população negra do país, com cerca de 600 mil habitantes. Depois, foi para o centro da cidade, saindo do Campo Grande até a Praça da Piedade. Um dos destaques do bloco é a sua Deusa do Ébano, cargo ocupado este ano pela funcionária pública Edjane Nascimento, 27 anos.
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