Com facas ou facões, as mulheres de Jorge Amado dão show no Carnaval
A belenense Wanessa Rosane, fazendo malabares no Carnaval do Pelourinho
Foto: Louise Nascimento (aluna de Jornalismo da FCS)
Renato Filho
As Terezas Batistas saem dos livros de Jorge Amado para povoar a realidade e a festa momesca. Mulheres fortes e guerreiras produzem espetáculos de graça e beleza, e também de determinação e superação. Isso explica porque o escritor baiano preferia as mulheres para serem as principais heroínas de suas obras.
Em plena noite de Carnaval (17), no Circuito Batatinha (Pelourinho), a belenense Wanessa Rosane (21), grávida de seis meses, do seu segundo filho, fazia malabares e equilibrismo com três grandes facões. A jovem Rosane é de Belém do Pará e está no Carnaval de Salvador pela segunda vez. Ela se denomina artista de rua, fazendo shows em locais públicos em troca de doações. “Sobrevivo no mundo através da arte”, diz a malabarista.
Na ficção literária de Jorge, Tereza Batista usou uma faca para se defender das violências de Justiniano. Na vida real, Wanessa Rosane usa os facões para ganhar a vida e, assim, poder se manter afastada do seu ex-marido, que a agredia com palavras. Segundo Rosane, o seu ex era muito ciumento. Por essa razão, pegou seu filho Edson Caité (2) e veio passar o Carnaval na Bahia. “Me livrei do carma” (SIC), desabafa, “mas vou voltar para Belém, para ter meu filho lá”, complementou a guerreira dos facões.
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