A Mudança do Garcia sempre alegra e será o circuito Riachão
Luciano Barreto, Nádya Argôlo e Manuela Bispo
A tradicional Mudança do Garcia, bloco carnavalesco famoso pela manifestação da liberdade de expressão, mais uma vez revelou a espontaneidade de um povo que atravessa o bairro do Garcia e vai circuito à dentro. Surgido da repulsa contra uma mulher de vida fácil que vivia no bairro, há aproximadamente 80 anos, ou seja, quando moradores perceberam a existência de uma vizinha prostituta, tiveram que expulsá-la do bairro. A mulher saiu às pressas carregando sua mudança a céu aberto pelas ruas do Garcia, numa carroça sem destino.
Hoje, a rua principal do bairro, a Leovigildo Filgueiras, se transformou em mais um circuito do Carnaval de Salvador, que se passar pela aprovação do prefeito João Henrique, se chamará Circuito Riachão, como o famoso compositor que reside no bairro há mais de 70 anos
A Mudança do Garcia se divide em vários blocos, como o Maré Mansa, que passa com uma grande quantidade de instrumentos de sopro. O Bloco Carnavalesco e Cultural Axé Dadá, que foi fundado em Mussurunga, a partir de uma “lavagem” que costumava acontecer no bar Cantinho da Dadá e desde o Carnaval de 1998, leva seus integrantes a percorrem a avenida. Além de muitos outros blocos que, segundo a tradição de protestos, desfilam suas insolências e transmitem suas políticas partidárias.
Em meio a tantos protestos e para não perder o júbilo da festa, os foliões se vestem como palhaços, drag queens, Moisés, e outros personagens. De tudo se vê e se escuta, cada bloco que passava ao deparar com a varanda de uma das moradias, tocava samba em homenagem ao cantor e compositor Riachão que da janela de sua casa acenava. A famosa composição do artista “Chô Chuá/cada macaco no seu galho”, foi executada por quase todas as bandas que passaram.
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